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Celeron

Depois que lançou o Pentium II, no início de 98, a Intel abandonou a fabricação do Pentium MMX, passando a vender apenas processadores Pentium II que eram muito mais caros. Como prova a história, a estratégia não deu muito certo, pois por ser mais caro, o Pentium II perdeu boa parte do mercado de PCs de baixo custo para o K6-2 e o Cyrix 6x86, que apesar de terem um desempenho ligeiramente inferior, eram bem mais baratos.
Tentando consertar a besteira, a Intel resolveu lançar uma versão de baixo custo do Pentium II, batizada de Celeron, do Latin “Celerus” que significa velocidade. O Celeron original, nada mais era do que um Pentium II desprovido do Cache L2 integrado e do invólucro plástico, responsáveis por boa parte dos custos de produção do Pentium II, ou seja, vinha “pelado”.
 

Celeron de 300 MHz

As primeiras versões do Celeron, que incluem todos os de 266 MHz e alguns dos de 300 MHz, não traziam cache L2 algum e, por isso, apresentavam um desempenho muito fraco na maioria dos aplicativos, apesar de ainda conservarem um desempenho razoável em jogos e aplicativos que utilizam muito o co-processador aritmético.
O cache L2 é um componente vital para os processadores atuais, pois apesar da potência dos processadores ter aumentado quase 10 mil vezes nas últimas duas décadas, a memória RAM pouco evoluiu em velocidade. Pouco adianta um processador veloz, se ao todo instante ele tem que parar o que está fazendo para esperar dados provenientes da memória RAM. É justamente aí que entra o cache secundário, reunindo os dados mais importantes da memória para que o processador não precise ficar esperando. Retirando o cache L2, a performance do equipamento cai em quase 40%, só não caindo mais por que ainda conservamos o cache L1. Justamente por isso, além de perder feio para o seu irmão mais velho, o Celeron sem cache perdia até mesmo para processadores menos avançados, como o MMX, o K6 e o 6x86MX. De fato, um Celeron sem cache de 266 MHz perde até mesmo para um 233 MMX em muitas aplicações.
Devido ao seu baixo desempenho, o Celeron sem cache não conseguiu uma boa aceitação no mercado, sendo inclusive muito criticado pela imprensa especializada. Numa nova tentativa de consertar a besteira cometida, a Intel resolveu equipar as novas versões do Celeron com 128 KB de cache L2, que ao contrário do cache encontrado no Pentium II, funciona na mesma freqüência do processador. Todos os Celerons à venda atualmente possuem cache, isto inclui todas as versões a partir do Celeron de 333 MHz e a maioria dos de 300 MHz. Para não haver confusão, a versão de 300 MHz com cache é chamada de 300A.
Enquanto no Pentium II o cache é formado por chips separados, soldados na placa de circuito do processador, no Celeron o cache L2 faz parte do próprio núcleo do processador. Estes 128 KB de cache fazem uma diferença incrível na performance do processador. Enquanto um Celeron antigo é quase 40% mais lento que um Pentium II do mesmo clock, o Celeron com cache é menos de 6% mais lento, chegando a empatar em algumas aplicações. Isto acontece, pois apesar Celeron possuir uma quantidade 4 vezes menor de cache, nele o cache L2 funciona duas vezes mais rápido, compensando em grande parte a diferença. Claro que isso também depende do aplicativo que estiver sendo executado.
Alguns programas, como o Word, por exemplo, necessitam de uma grande quantidade de cache. Neste caso, mesmo sendo mais lento, o cache do Pentium II acaba sendo muito mais eficiente por ser maior. Em compensação, aplicativos que manipulam imagens em geral necessitam de um cache L2 mais rápido, pois os dados a serem manipulados são menos repetitivos. Neste caso, o cache do Celeron acaba sendo tão ou até mesmo mais eficiente do que o cache encontrado no Pentium II.
Outro ponto a favor do Celeron é seu co-processador aritmético, que, sendo idêntico ao do Pentium II, é muito mais rápido que o do MMX ou do K6, o que lhe garante um ótimo desempenho em aplicações gráficas.
Porém, comparado com o Pentium III, o Celeron já fica bem atrás, já que o Pentium III está disponível em versões com clock bem maior. Claro que em termos de processador de baixo custo o Celeron continua sendo uma ótima opção. O Celeron com cache existe em versões de 300 a 766 MHz.
Inicialmente, a Intel lançou o Celeron no mesmo formato do Pentium II, ou seja, na forma de uma placa de circuito que utiliza o Slot 1, a fim de manter a compatibilidade com todas as placas mãe já existentes e facilitar as vendas do novo processador.
Porém, logo depois foi lançado um novo formato de encapsulamento e um novo encaixe para o Celeron, chamado de Soquete 370. O formato é muito parecido com o de um Pentium MMX; a diferença é que o Celeron possui alguns pinos a mais. O Celeron para soquete 370 também é chamado de PPGA, abreviação de “Plastic Pin Grid Array”. Vale lembrar que, apesar dos encaixes serem parecidos, o Celeron PPGA não é compatível com as placas mãe soquete 7 utilizadas em conjunto como o MMX e o K6. Ao lado temos o Celeron PPGA ao lado de um Pentium MMX (à esquerda).



O Soquete 370 utiliza a mesma pinagem do Slot 1, e as placas utilizam os mesmos chipsets e demais componentes básicos. É possível inclusive encaixar um Celeron soquete 370 em uma placa mãe Slot 1 com a ajuda de um adaptador que custa cerca de 15 dólares.


Celeron encaixado no adaptador

Durante muito tempo, a Intel continuou fabricando o Celeron nos dois formatos, mas há algum tempo atrás cancelou a produção das versões Slot 1, continuando a fabricar apenas as versões para soquete 370.
O Pentium III também seguiu o mesmo caminho, as primeiras versões usavam o mesmo formato slot 1 do Pentium II, houve uma transição e atualmente todos os processadores vem sendo fabricados no formato FC-PGA (para soquete 370). Para quem possui uma placa mãe slot 1, a mudança no formato não chega a ser um grande impecilho, pois basta usar um adaptador. Segundo a Intel, a mudança no formato teve como objetivo cortar custos.