Alegria gaúcha
As danças folclóricas gaúchas são, geralmente, realizadas por pares.
Em outras partes do Brasil, os homens costumam dançar sozinhos – é o caso do cateretê paulista, do bambelô do Rio Grande do Norte, do frevo pernambucano (individualista).
No Rio Grande do Sul está presente a mulher – a preda.
Vamos encontrar as raízes deste fato na formação histórica do gaúcho.
O gaúcho formou-se numa sociedade onde a mulher participava de tudo. Na estância gaúcha a mulher estava sempre ao lado do homem.
Não era uma reclusa, como as mulheres das Casas Grandes, dos engenhos do Nordeste.
Dança: o Palco Gaúcho
Não existem danças dramáticas (danças com enredo), bailados populares, no Rio Grande do Sul. Mas o gaúcho teatral, na vida do campo, levou para os salões este impulso.
Procura mostrar que é o melhor.
Que sabe fazer as mais complicadas variações de passos. Fala alto. Gosta de ser visto e ouvido.
Centros de Tradições Gaúchas
As danças de pares enlaçados, que fizeram tanto sucesso no passado, ressurgem nos Centros de Tradições Gaúchas.
Na festa há sempre oportunidade para a teatralidade: o verso bem feito, o desafio que marcará “o tirador de verso”.
O meneio complicado do sapateado, que provocará o aplauso e a fama.
É o desejo de ser o melhor.
Origem das Danças Gaúchas
Na formação das danças gaúchas a maior contribuição foi a portuguesa.
Os paulistas também tiveram influência.
Os africanos pouco contribuíram.
Encontramos também danças de origem espanhola: a tirana, o anu.
Mas não são tão populares quanto as danças portuguesas: chimarrita, pezinho.
A Chula – Dança-Desafio
A chula gaúcha se caracteriza pela disputa.
Colocam no chão uma vara de uns 4 metros de comprimento. Em cada extremidade fica um dançarino. E o desafio começa...
A música, geralmente uma polca, dá início à disputa dos dois dançarinos. A dança é improvisada.
Cada dançarino realiza figurações e sapateados complicadíssimos, que o adversário deve repitir. Usam botas e grandes esporas (as chilenas) que tilintam durante a dança. O dançarino precisa ter um grande senso de equilíbrio e ritmo.
E quem é o vencedor?
Quem conseguir executar passos de dança que o seu adversário não saiba reproduzir.
Pode-se perceber na chula a influência das danças espanholas por causa do sapateado e do taconeio (batidas do calcanhar).
Pezinho
O gaúcho dança o pezinho com bota e espora chilena. Bombacha. Guaiaca. Faca.
O chapéu repousa nas costas. Lenço de seda no pescoço. Este é o traje típico do campeiro.
A mulher – prenda – não tinha traje típico para festividades – inventaram. Saia longa, rodada, cheia de babados. Tranças e flor no cabelo. A prenda da ilustração está em traje comum.
O Pericom
O pericom é uma dança de conjunto. Deve ser dançada por grupos de pares (no maxímo doze), como a quadrilha. Os dançarinos realizam as evoluções, executando passos de rancheira bem acentuadas nos tempos fortes de cada compasso.
O pericom deve ter surgido na região do rio Prata, na primeira metade do século 19. É uma dança muito popular no Rio Grande do Sul, no Uruguai e na Argentina.
É comandada pelo “bastoneiro” ou “marcante”, que ordena as evoluções que quiser.
O comando se divide em duas partes: “agora...” (preparação) e “se foi...” (execução).
No início e no fim da dança os cavaleiros dizem versos. Quando a dança termina, fica apenas um cavalheiro que canta com o violeiro mandante.
(Extraído de Brasil Folclore Histórias Costumes e Lendas, deAlceu Maynard Araújo, Ed. Três)
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Abraço!!!
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