Não raramente, uma árvore ou arbusto da mata, ou outra que você já esteja cultivando, apresenta galhos finos que dariam um belo bonsai. Nestas circunstâncias, talvez valha a pena você recorrer à alporquia ou à segmentação. Trata-se de dois métodos especiais, usados para desenvolver raízes em galhos e ramos e, em decorrência, novas mudas. A vantagem da utilização dessas técnicas é que elas permitiriam que o novo bonsai crescesse mais rapidamente. Ou, pelo menos, num tempo menor do que o necessário para o plantio por semente e mudas.
Esses métodos são usados, também, para alterar o equilíbrio de formas, encurtando, por exemplo, uma árvore que tenha tronco fino e longo, sem galhos na sua parte inferior.
Com algumas exceções, raízes poderão ser desenvolvidas em galhos e ramos de qualquer planta lenhosa, se as técnicas da alporquia e segmentação forem aplicadas com atenção e paciência.
Técnicas diferentes são usadas para plantas sempre verdes e para plantas de folhas caducas. Todavia, em ambos os casos, o mais importante é escolher galhos-matrizes vigorosos e dar-lhes tempo para que criem adequadamente as raízes.
ALGUMAS SUGESTÕES
Tanto no método de segmentação quanto no de alporquia, e tanto para as plantas sempre-verdes como para as de folhas caducas, se o tronco for áspero, ele deve ser escovado delicadamente com uma escova dura, antes de dar início ao processo. Evite usar árvores velhas e de troncos meio descascados, galhos mortos ou que estejam danificados por qualquer razão.
SEGMENTAÇÃO
Quando for fazer a segmentação de uma árvore sempre-verde, prefira para isso uma parte do tronco ou galho que disponha de ramos novos. Nessas regiões, a formação de raízes é mais fácil. Para ilustrar o método de segmentação, escolheremos um pinheiro-branco. O propósito, é criar um kabudachi – um tipo de bonsai onde uma única árvore parece ter vários troncos crescendo das mesmas raízes. O que se pretende fazer, portanto, é suprimir o tronco principal do pinheirinho.
1 – Escolha um pinheiro-branco, de uns cinco anos de idade, cultivando a partir de semente.
2 – Amarre com arame de cobre (ou fio elétrico decapado), o local escolhido para a segmentação. No nosso caso, a parte onde os galhos se ramificam.
3 – Aperte o arame em volta do tronco, de tal modo que metade da espessura do arame penetre na árvore. Isso funcionará com um torniquete. Assim, evitando que a água e a seiva fluam naturalmente, forçamos que novas raízes, na sua luta pela sobrevivência, cresçam na parte acima do arame.
4 – Envolva a região em torno do arame com musgo umedecido. Mas não use musgo demais. Caso contrario, ele poderá esfriar a arvore excessivamente e apodrecê-la.
5 – Amarre uma cordinha um pouco acima do ponto de segmentação, deixando uma extremidade longa sobrando.
6 – Cubra o musgo com um pedaço de tela fina de náilon, ou plástico transparente perfurado, para permitir que haja ventilação.
7 – Amarre a tela de náilon, ou pedaço de plástico, com a ponta da cordinha, apertando o suficiente para manter o revestimento firme no lugar. Atenção: não esqueça de deixar a parte superior do “pacote” ligeiramente aberta, de modo a permitir a entrada de água.
8 – Até que as raízes cresçam, os cuidados necessários são os de costume. Regue de vez em quando o “pacote”, para evitar que o musgo seque, e certifique-se de expor a árvore a bastante sol.
A MELHOR ÉPOCA
A melhor época, para proceder à segmentação de plantas sempre-verdes vai do inicio de setembro ao começo de outubro. Executando o trabalho neste período, árvores vigorosas produzirão raízes novas em cerca de três meses.
QUANDO SEGMENTAR E PLANTAR
Quando uma boa quantidade de raízes tiver nascido e atravessando o revestimento plástico, é hora de proceder à segmentação propriamente dita. Naturalmente, que abaixo do ponto de onde surgem as raízes.
Na hora de plantar, retire o plástico, cuidando para não machucar as raízes, mas deixe o musgo para proteger o raizame novo.
As novas espécies, criadas desa forma, devem ser plantadas em vasos grandes, como se tivessem sido colhidas na natureza (yamadore).
ALPORQUIA
Este é o método mais indicado para plantas de folhas caducas. Para nosso exemplo de alporquia, escolhemos uma faia-branca. A intenção é produzir, a partir dela, uma nova planta que possa transformar-se num bonsai com dois troncos.
1 – Escolha uma parte do tronco que esteja imediatamente abaixo de uma ramificação em V ou forquilha.
2 – Faça duas incisões, em volta do tronco, separadas uma da outra cerca de 3 centímetros. Como regra geral, a distancia entre as duas incisões deve ser equivalente a duas vezes o diâmetro da parte do tronco em que se está trabalhando.
3 – Descasque cuidadosamente o córtex (casca da árvore) entre os dois cortes.
4 – Limpe bem o corte superior, para que as novas raízes cresçam imediatamente abaixo dele.
5 – Desbaste um pouco a área entre os dois cortes, fazendo com que assuma a forma aproximada de um pilão. Cuidado para não desbastar demais, ou a árvore poderá quebrar com qualquer ventinho.
6 – Amarre um barbante em volta da parte abaixo do local desbastado, deixando as extremidades frouxas.
7 – Molhe a região desbastada e coloque em volta dela uma camada de musgo.
8 – Revista o musgo com tela fina de náilon ou com um pedaço de plástico transparente perfurado. Amarre o “pacote” de baixo para cima para que o musgo não caia.
9 – Regue o musgo pela abertura da parte superior do invólucro.
ÉPOCA ADEQUADA
A melhor época para fazer a alporquia em plantas de folhas caducas é na primavera, logo depois que os brotos começarem a aparecer. Outra boa época seria no final da estação chuvosa.
As plantas de folhas caducas, em geral, começarão a desenvolver novas raízes um a dois meses após essa operação. No mais, é só adotar os mesmos cuidados e técnicas já vistos na segmentação.
CUIDADOS APÓS O PLANTIO
Após o plantio, a nova muda deve ser mantida em local parcialmente coberto por, no mínimo, duas semanas. A partir daí, deve ser exposta ao sol gradualmente, de preferência no jardim, junto com outras plantas. Depois de um mês ou dois, faça uma pequena adubação com fertilizante líquido.
Depois de um ano é chegada a hora de transplantar. Remova o musgo com cuidado, para não danificar as raízes, e replante a muda num vaso conveniente para o seu tipo e estilo de bonsai pretendido.
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Abraço!!!
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