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A Paz dos Farrapos

Quem é quem na Revolução Farroupilha
A história dos farrapos ainda tem muitas lacunas. Todas as pesquisas feitas até hoje, e não são poucas, ainda não conseguiram preencher a falta de informações importantes e nem resolver muitas dúvidas sobre os homens que fizeram e viveram a guerra. Eis uma síntese do que se sabe a respeito dos principais deles:

Bento Gonçalves da Silva – Nasceu na freguesia do Triunfo, em 03/09/1788. Filho de estancieiro. Aos 23 anos lutou na “Campanha de D. Diogo”. Em quatro anos chegou a coronel. Recolhido à sua fazenda em Camaquã organizou o movimento contra o Império. Foi o grande líder dos farrapos. Esteve preso no Rio de Janeiro e na Bahia, de onde fugiu. Foi eleito presidente da República de Piratini quando estava preso morreu um sua fazenda dois anos depois da guerra, de pleurisia, aos 59 anos.

Antonio de Souza Netto – Nasceu no Povo Novo, distrito de Rio Grande em 1803. Estudou em Pelotas. Aos 26 anos era capitão de segunda linha, logo seria coronel da Guarda Nacional. Foi “quem sustentou a revolução na ausência de Bento Gonçalves”, segundo Othelo Rosa. Proclamou a república em 10 de setembro de 1836, separando o Rio Grande do Sul da nação brasileira. Depois da revolução foi viver no Uruguay. Lutou com o exército brasileiro na Guerra do Paraguay. Morreu em Corrientes em julho de 1866.

Onofre Pires da Silveira – “Gigante de origem gótica, grosseiro e iletrado, mas de descomunal corpulência e prodigiosa força com que aterrava dez e mais lutadores”, no dizer de Araripe. Nasceu em Porto Alegre em 25/09/1799. Comandou a tomada de Porto Alegre. Aprisionado na Ilha do Fanfa. Fugiu da Fortaleza de Santa Cruz (RJ), regressando ao Rio Grande do Sul. Desentendeu-se com Bento Gonçalves e com este duelou às margens do Sarandi. Ferido no ante-braço, morreu em consequência do ferimento em março de 1844.

Bento Manuel Ribeiro – Paulista de Sorocaba, criou-se no Rio Grande do Sul e foi peão de estância. Alistou-se como soldado em Rio Pardo. “Militar experimentado e relacionado na campanha por laços de parentesco, dispunha de notável clientela”. Era coronel quando entrou na revolução em 35. Logo depois mudou de lado e teve participação decisiva na guerra. Derrotou e aprisionou Bento Gonçalves na Ilha do Fanfa. Em 37 voltou aos rebeldes por dois anos. Ficou um tempo no Uruguay e voltou novamante a serviço do Império, no Estado Maior de Caxias. Reformou-se no posto de marechal. Morreu em Porto Alegre em 30/05/1855.

João Antonio da Silveira – Portugues nascido na freguesia do Estreito em 08/09/1780. Já estava reformado como oficial, aos 55 anos, quando se engajou na revolução farroupilha. Participou de importantes ações militares e tornou-se general do exército rebelde em 1841. Foi um dos quatro que assinaram o ato de paz em Ponche Verde. Elegeu-se deputado para a Assembleia Constituinte de 42. Morreu em São Gabriel aos 92 anos de idade.

João Manoel de Lima e Silva – Filho de marechal, irmão do regente Francisco de Lima e tio de Luis Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias. Era o único republicano numa familia do Império. Nasceu no Rio de Janeiro e foi assassinado à tradição nas proximidades de São Borja (RS) em agosto de 1837, quando assistia a um batizado. Tinha 32 anos. Foi o primeiro general da República Riograndense.

Lucas de Oliveira – Era capitão da Guarda Nacional quando a revolução começou. Foi um dos que mais influiram junto a Netto para que ele proclamasse a república. Foi deputado à assembleia constituinte e, depois, ministro da Guerra. Morreu em fevereiro de 1847.

Afonso José Corte Real – Nasceu em Rio Pardo em novembro de 1809. Tinha 26 anos quando iniciou a revolução. Teve renome como cavaleiro e galanteador de salões. Esteve preso no Rio, fugiu e retomou a luta. Morreu a 18 de junho de 1840 atacado por uma escolta inimiga que pensou trata-se de aliados.

Joaquim Teixeira Nunes – Nasceu em Piratini. Ficou conhecido como o “coronel Gavião”. Liderando o Corpo de Lanceiros, levava terror aos inimigos. Acompanhou David Canabarro na expedição a Santa Catarina. Sobreviveu ao ataque de Porongos em que morreram quase todos os seus lanceiros negros. Morreu alguns dias depois combatendo em Arroio Grande, em novembro de 1844.

José Mariano de Mattos – Nascido em Minas Gerais, em 1801. Veio para o Rio Grande do sul em 1831. Serviu e comandou o primeiro Corpo de Artilharia. Foi deputado na Assembleia Provincial de 1835. Ministro da Guerra e da Marinha da República Riograndense. Reintegrado ao Exército Imperial, chegou a Brigadeiro. Morreu no Rio de Janeiro de 1866.

José Gomes de Vasconcellos Jardim – Nasceu em 08/03/1784 em Viamão. Grande proprietário, tinha charqueada e olaria em Guaiba. Em sua casa Bento Gonçalves e outros líderes planejaram a revolução. Ajudou Onofre Pires a atacar Porto Alegre no 20 de setembro. Em 1936, quando Bento foi preso, substitui-o no exercício da presidência. Morreu em abril de 1854.

Luis Alves de Lima e Silva – Seria depois o Duque de Caxias. Era barão, pacificou quatro províncias no Império. Em novembro de 1942 foi nomeado presidente da província do Rio Grande do Sul e comandante das Armas com a incumbência de por fim ao movimento farroupilha. Obteve a paz em março de 45 e permaneceu na presidência até o ano seguinte. Elegeu-se senador pelo Rio Grande do Sul e foi mais uma vez presidente, já como conde de Caxias em 1850/1851.

Pedro Labatut – Nasceu em Cannes, na França, em 1768 e morreu em Salvador, Bahia, em 1849. Integrou o Exército de Napoleão na Invasão da Espanha. Serviu na Colômbia sob o comando de Simon Bolivar. Ingressou no Exército brasileiro como Brigadeiro.

David Canabarro – Grande tino militar. Morreu em 12 de abril de 1867 de gangrena, decorrente de um pequeno ferimento no pé contraído nas lides de sua estância de São Gregório. Nasceu a 22 de agosto de 1796. Entrou na revolução um ano depois do início como tenente coronel. Seu maior feito foi a tomada de Laguna que estendeu a revolução à Santa Catarina. Assumiu o comando do exército farroupilha em novembro de 1940. Era “rude, extravagante, descuidado de filigranas morais”, no dizer de Lindolfo Collor.

Antonio Vicente da Fontoura – Comerciante, político e militar, nasceu em Rio Pardo em 1807. Foi ministro da Fazenda e, interinamente, da Guerra na República Riograndense. Foi o emissário dos farrapos à corte para negociar a pacificação. Morreu em 20 de outubro de 1860 em consequência de ferimentos recebidos a 8 de setembro na eleição de vereadores e juizes de paz no município de Cachoeira.

Antonio Paulo Vicente da Fontoura – Poeta, conhecido por Paulino da Fontoura. Vice-presidente da Republica Riograndense foi assassinado em Alegrete a 13 de fevereiro de 1843. A oposição responsabilizou Bento Gonçalves da Silva pelo crime.

José Garibaldi – Nasceu em Nizza, Itália, a 4 de julho de 1807. Condenado à morte depois de uma fracassada rebelião fugiu para a América. Chegou ao Rio de Janeiro em 1836. Engajou-se na revolução Farroupilha em 1838, assumindo o comando das forças navais. Morreu em Caprera, Itália, em 1882.

Luigi Rosseti – Nasceu em Gênova. Veio para o Brasil em 1827. Companheiro de Garibaldi, foi redator de “O Povo”, jornal oficial da republica riograndense. Morreu em combate a 24 de novembro de 1840 em Viamão.

Anita Garibaldi – Natural de Laguna acompanhou José Garibaldi por dez anos em suas lutas na América e na Itália. Morreu na Itália aos 29 anos.

Domingos Crescênio de Carvalho – era capitão quando iniciou a revolução chegou a coronel sempre se distinguiu pela bravura.

Domingos José de Almeida – Mineiro de julho de 1797. Comerciante, veio para o Rio Grande do Sul em 1819, fixando-se em Pelotas. Tornou-se industrial. Foi major e coronel da Guarda Nacional. Elegeu-se deputado à assembleia de 1835. É considerado o “verdadeiro estadista de 1835”. Foi ministro do Interior e da Fazenda na República Riograndense. Morreu em maio de 1871.

José Mariano de Matos – Natural do Rio Janeiro, nasceu em 1801. Oficial de artilharia era major quando eclodiu a revolução farroupilha. Foi o primeiro ministro da Guerra da República Riograndese. Vice-presidente, esteve no exercício da presidência, esteve no exercício da presidência de 1838 a 1841. No império chegou a Brigadeiro e Ministro da Guerra. Faleceu em 1866.

Marciano Pereira Ribeiro – Mineiro, formado em medicina, viveu na Inglaterra. Elegeu-se deputado à Assembleia Provincial. Era vice-presidente e assumiu a presidência quando Fernandes Braga foi deposto, no início da revolução. Esteve preso no Rio de Janeiro. Viveu exilado em Buenos Aires. Morreu em São Gabriel em março de 1840.

Francisco Pedro de Abreu – Conhecido como Chico Moringue, o mais terrível guerrilheiro que os farrapos enfrentaram. Nascido na barra do Ribeiro em 1891. Apresentou-se para defender o império logo no início da revolução. Era “de pequena estatura e compleição franzina”, mas dotado de resistência e energia inesgotáveis. Derrotou Netto e Canabarro em ataques de surpresa. Ganhou o título de Barão do Jacuí.

As Armas Usadas em Combate

Lanças – “A lança era a principal arma da famosa cavalaria farrapa. Havia vários modelos: a lança-punhal e a lança de choupa, com cruzeta roliça triangular ou em forma de meia lua.”

Espadas – “Os cavalarianos preferiam as curvas, principalmente as famosas rabo-de-galo. Eram também conhecidas por sabres de cavalaria, gládios de ferradura ou espadas de ferradura, devido à pronunciada curvatura de suas lâminas”.

Pistolas – “A maioria das pistolas, pistolões, garruchas e trabucos eram de carregar pela boca. Podiam ser de dois canos, sobrepostos ou laterais”.

Espingardas – A infantaria achava-se dotada com espingardas e carabinas dos modelos Tower e Brown Bless. A maior parte dessas armas tinham seus canos lisos e seu calibre variava entre 15 e 19mm.

Adagas – “As adagas, ou dagas, também não obedeciam a um modelo único. Eram feitios e tamanhos e origens os mais diversificados. Maiores do que uma faca, menor do que a espada, com um ou dois gumes.”

Boleadeira – “O laço e a boleadeira faziam parte do arsenal individual, principalmente dos cavalarianos. Funcionavam não só como arma de apreensão, como de choque (boleadeira).

Canhões – “A artilharia farrapa encontrava-se armada com canhões, obuses e canhões obuses tomados às tropas imperiais. As granadas de ferro, esféricas, atingiam de 500 a 1000 metros”.