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A Arte de Trabalhar o Couro e a Prata

Não se pode afirmar quando surgiu o artesanato de prata no Rio Grande do Sul. A indústria rio-grandense era muito pobre, a não ser a do charque (carne-seca).
Em 1805, em Pelotas, havia 22 fábricas de carne-seca. Em Porto Alegre um curtume para toda a qualidade de couros, três fábricas de louça variada, pequenos engenhos de cana e de mandioca.
Para a “atividade guerreira” havia um estabelecimento com serralheiro, coronheiros, armeiros.
Existia também a indústria doméstica dos ponchos de lã (os bicharás), feitos nos teares como os cobertores que são feitos nos dias de hoje, na cidade de Mostarda.
Provavelmente, a partir da chegada dos colonos alemães (1824) surgiram novas indústrias.
Os artesanatos foram, aos poucos, se transformando em indústrias. É o caso do couro, das selarias, dos calçados, da prata, das peças de chifre, da cerâmica, dos trajes gaúchos.

As Jóias Gaúchas

Foi o artesão que começou a fazer as famosas bainhas das facas, de cabo trabalhado. As esporas (chilenas) tilintantes. Os instrumentos de trabalho, as peças do arreio gaúcho: cabeçalhos dos lombilhos, cabos de rebenques, passadores dos rabichos, das peiteiras, das cabeçadas, dos cabrestos, e as boleadeiras de prata do passado.
E os lindos enfeites de prata, “as jóias do gaúcho”, o bocal do chimarrão e a bomba, as correntes das guampas (copos de cifre), as ficelas das guaiacas.
(Extraído de Brasil Folclore Histórias Costumes e Lendas, deAlceu Maynard Araújo, Ed. Três)